Breve Historial

 

        A história da Indústria de Moldes Portuguesa tem a sua génese na evolução da Indústria do Vidro. Para um melhor entendimento, será necessário, recuar alguns anos na história, até à instalação da primeira fábrica de vidros em Portugal, em finais do século XVIII, na Marinha Grande.

        De facto, foi graças a um senhor inglês, chamado Stephens que, acompanhado por vários artesãos de apurada perícia, oriundos de Génova e de Lisboa, foi criada a "Fábrica-Escola Irmãos Stephens , de onde resultaria uma intensa actividade empresarial em diversos sectores, que fazem hoje da Marinha Grande e de Oliveira de Azeméis, referências industriais mundiais.

        Foi já no século XX, que se começam a produzir os primeiros moldes para vidro, pois até então em Portugal, a necessidade deste tipo de moldes era satisfeita através da importação de moldes da Alemanha e da Áustria.

        No final dos anos 20, os irmãos Aires Roque e Aníbal Abrantes, instalam na Marinha Grande a primeira oficina de moldes para vidro prensado e no final dos anos 30, em Oliveira de Azeméis, foi instalada também a primeira oficina para moldes daquela região.

        Ainda nesta altura, surge em Portugal a "Ureia Industrial , mais conhecida por "Baquelite , que originou então o aparecimento dos primeiros moldes para tampas e peças simples. E neste quadro, que Aníbal H. Abrantes, acreditando nos novos materiais plásticos, adquire a quota do seu irmão e lança-se nos moldes para plásticos.

        Com o inicio da 2ª Guerra Mundial, as matérias-primas escassearam, o que provocou a paralização na produção de moldes, que só viria a arrancar definitivamente em 1945, com o reaparecimento do "Baquelite . Ë neste mesmo ano, que é criada entre Aníbal H. Abrantes e António Santos, a sociedade SANTOS & ABRANTES, sediada em Oliveira de Azeméis, para fabrico de moldes para vidro e na Marinha Grande para o fabrico de moldes para plásticos, acabando por produzir o primeiro molde para a injecção de plásticos em 1946, com o aparecimento de materiais "termoplásticos .

        As relações de exportação iniciaram-se com Inglaterra nos finais dos anos 50, dando-se assim inicio ao desenvolvimento da Indústria de Moldes, que acabou por ter como motor a empresa Anibal H. Abrantes, que detinha no seu seio a aprendizagem de uma arte, impulsionadora do aparecimento de muitas outras empresas.

        Nas décadas posteriores, acentuou-se a qualidade dos moldes portugueses, fruto da exigência dos mercados, que foi incentivando o incremento de investimentos em novas tecnologias, permitindo assim, um desenvolvimento sustentado desta indústria, quer na Marinha Grande, quer em Oliveira de Azeméis, baseado no aumento crescente das exportações.

        Em 1969, foi criada a CEFAMOL- Associação Nacional da Indústria de Moldes, com o objectivo de contribuir para o desenvolvimento do sector em causa, ajudando a promover os moldes portugueses no exterior, representando o Sector nas negociações com o governo e com outras organizações oficiais, tanto nacionais como estrangeiras. A sua esfera de acção inclui a pesquisa tecnológica, a formação profissional e o intercâmbio de informações técnicas e científicas com outras entidades da mesma área, tanto em Portugal como no estrangeiro. Refira-se ainda que a associação abrange a globalidade dos sub-sectores da Indústria de Moldes e não apenas os moldes para plásticos.

        Em 1980, exportava-se já para mais de 50 países e só na região da Marinha
Grande e Leiria existiam 64 empresas ligadas aos Moldes. Em 1983, realizou-se o
10 Congresso da Indústria de Moldes e foi instalado o primeiro sistema CAD/CAM
na Indústria Portuguesa de Moldes.

        Com a evolução tecnológica e com o incremento de necessidades técnicas, o desenvolvimento desta indústria, passou pela criação de cursos técnicos profissionais de moldes, nas escolas secundárias da Marinha Grande e de Oliveira de Azeméis.

        Em 1991 com o apoio da CEFAMOL, foi criado o CENTIMFE - Centro Tecnológico da Indústria de Moldes e Ferramentas Especiais, com o objectivo de dar apoio técnico e tecnológico ao Sector e de desenvolver actividades de interface entre outras "Instituições de Saber e a Indústria, permitindo desta forma a promoção e difusão da Investigação e Desenvolvimento Tecnológico e o desenvolvimento de redes de cooperação e de conhecimento. Em 1995, o CENTIMFE alargou o seu nível de intervenção á área dos Plásticos, passando a designar-se CENTIMFE - Centro Tecnológico da Indústria de Moldes, Ferramentas Especiais e Plásticos.

   
     Actualmente e perante o nível de mutações técnicas e tecnológicas aceleradas, a Indústria de Moldes e Plásticos, tem procurado uma crescente interligação e cooperação, procurando por um lado uma adaptação em tempo real ás exigências dos mercados, e por outro, antecipar ciclos e tendências mundiais.

In Indústria de Moldes e Plásticos - CDROM Multimédia - HLC Telecomunicações & Multimédia, S.A. - 1998