informações PTE - Marinha Grande - Janeiro/Março 1999

Curso de Fresadores em reestruturação


A Indústria de Moldes desenvolveu-se muito nos últimos anos, evolui para novos equipamentos, usa as novas tecnologias, e a formação profissional ao nível convencional como a deste curso é necessária mas nos dias de hoje não chega. Se à uns anos atrás estes jovens saíam para o mercado de trabalho e encontravam equipamentos semelhantes ou inferiores aos do curso, hoje em dia encontram os novos equipamentos com as novas tecnologias, então é preciso que eles aprendam e pratiquem nas novas tecnologias.

        Criado em Dezembro de 1973 a pedido da Indústria de Moldes, o Curso de Formação Profissional para a Indústria de Moldes Metálicos-Especialidade fresagem, vulgarmente conhecido por “Curso de Fresadores”, tem a sua sede na Escola Secundária Eng. Calazans Duarte na Marinha Grande.

        Na altura construíu o Ministério da Educação um pavilhão, que foi equipado com máquinas fornecidas pelo Ministério das Coorporações, entidade que na época tutelava a formação profissional. O funcionamento do curso foi assegurado durante dois anos em regime de experiência-piloto, por apoios do Fundo de Fomento da Exportação e empresas de moldes da região da Marinha Grande.

        Foi suspenso em 1975 devido a dificuldades atravessadas pela Indústria de Moldes, surgidas com as perturbações político-económicas de 1974/75.

        Novamente a pedido da indústria, preocupada com a extinção do ensino técnico nas escolas industriais (então transformadas em secundárias), em Outubro de 1980 dá-se a reactivação do Curso.

        Esta nova fase resultou da criação de um novo regulamento do Curso e da assinatura de um Protocolo entre os Ministérios da Educação e do Trabalho, Fundo Fomento de Exportação, Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas e Metalomecânicas do Distrito de Leiria e 13 empresas de moldes, que se tornaram parceiras.

        Foi o curso pioneiro do ensino profissional multiparticipado, sendo integrado no Ministério da Educação, tornou-se de certo modo inspirador dos cursos profissionais ressurgidos em 1983. Integrado na rede do ensino profissional, manteve-se por vontade expressa dos parceiros do protocolo, quando a Reforma do Sistema Educativo extinguiu nas escolas o ensino profissional.


O reequipamento tecnológico é fundamental para assegurar uma formação actualizada e eficaz aos alunos, a quem se pede um conhecimento seguro para entrar no mundo empresarial.

        O Curso correu risco de extinção em 1990, ficando mesmo encerrado durante a ano lectivo de 1990/91. Esta situação deu-se pela falta de alunos, que foram optando por outras ofertas de formação que surgiram a partir de 1985, com o apoio do Fundo Social Europeu.

        Reabriu em 1992, mais uma vez devido à colaboração de algumas empresas signatárias do protocolo, que se empenharam em criar uma bolsa de estudo mensal, a atribuir a cada aluno. Esta bolsa destinava-se a garantir a igualdade com os cursos de formação profissional subsídiados, sendo em 1993 revisto o protocolo para o adaptar às novas circunstâncias.

        Actualmente são parceiros do Curso, o Ministério da Educação, o Instituto do Emprego e Formação Profissional, o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas e Metalomecânicas do Distrito de Leiria e 14 empresas da região da Marinha Grande.

        O curso está estruturado em duas fases: a primeira decorre num ano lectivo, consta de formação geral tecnológica e prática simulada; a segunda, complementar da anterior, é constituída por um estágio de adaptação ao posto de trabalho numa empresa durante seis meses.

        O seu êxito, largamente reconhecido em Bruxelas, é atestado pelos alunos que por ele passaram e que hoje são profissionais qualificados, integrando muitos deles sectores chave e cargos de chefia na Indústria de Moldes.


Instituído há mais de 25 anos, o Curso de Fresadores, mantém uma
eficácia formativa atestada na capacidade técnica demonstrada pelos seus alunos no mercado de trabalho.

        A aplicação dos conhecimentos adquiridos durante o curso, apesar da especialidade ser “fresagem”, permite com alguma facilidade, que os jovens evoluam para outras actividades sejam elas os sistemas de CAD/CAM ou o Projecto e Desenho de Moldes. As bases adquiridas durante a frequência do Curso são diversas. Mesmo os alunos que chumbam não encontram dificuldades em arranjar emprego no ramo, pois os seus conhecimentos são muito superiores aos de outros jovens.

        No entanto a Indústria de Moldes desenvolveu-se muito nos últimos anos. Evoluiu para novos equipamentos, novas tecnologias, e a formação profissional ao nível convencional, como a deste curso, apesar de necessária, nos dias de hoje não chega. Se à uns anos atrás estes jovens saíam para o mercado de trabalho e encontravam equipamentos semelhantes ou inferiores aos do curso, hoje em dia, encontram novos equipamentos e novas tecnologias; então é preciso que eles aprendam e pratiquem com novas tecnologias.

        Neste sentido, o curso necessita de um programa de “Reinstalação e Adaptação às Novas Tecnologias”, de novas instalações (pois as que possui têm 25 anos e estão necessitadas de grandes reparações), e de substituir os equipamentos desgastados por novos.

        É neste contexto que o Curso de Fresadores se insere numa das acções do PTE. Este tem uma definição concreta, que é a construção de novas instalações e a aquisição e adaptação do equipamento; tem um carácter inovador, pois pretende formar profissionais numa indústria de ponta com grandes exigências técnicas em que o grupo alvo são os jovens; e tem uma organização de parceria constituída por entidades públicas e privadas da região.

        O Projecto de candidatura ao PTE foi aprovado em meados de 1998. Durante o mesmo ano ficaram definidas as responsabilidades do financiamento e a tipologia dos equipamentos a adquirir. A construção do novo pavilhão ficou da responsabilidade do Ministério da Educação, através da DREC. Estes só no presente ano de 1999 é que irão avançar com o projecto, enquanto que, o financiamento para o reequipamento ficou a cargo do IEFP, cuja verba não estava disponível no ano 98 por falta de orçamento. Perante a realidade, aguarda-se que durante o corrente ano o processo apresente avanços mais significativos, pois embora assegurados sempre se mostram tardias perante as necessidades sentidas.

informações PTE - Marinha Grande - Janeiro/Março 1999